“A música na terra é tao antiga como o homem”

A música é a arte mais antiga e mais primitiva de todas. Desenvolveu-se a partir dos principais ritmos e vibrações do mundo.

A história da música pode-se dividir em vários períodos distintos. Cada um identificou-se e intensificou por um estilo ou característica musical. Todo este processo é lento e gradual, sempre com mudanças periódicas e casuais.

Divide-se em 6 os grandes períodos da música:

Musica Medieval até cerca de 1450

Musica Renascentista 1450 – 1600

Musica Barroca 1600 – 1750

Musica Clássica 1750 – 1810

Musica Romântica 1810 – 1910

Musica do Seculo XX – de 1900 em diante

MUSICA MEDIEVAL

Durante muito tempo a música foi cultivada por transmissão oral, ate que se inventou um sistema de escrita. Por volta do seculo IX apareceu pela primeira vez, a pauta musical. O monge italiano Guido Arezzo (955 – 1050) sugeriu o uso de uma pauta de quatro linhas. O sistema é usado ate hoje no canto gregoriano. A utilização do sistema silábico de dar nome as notas deve-se também ao monge Guidi Arezzo e encontra-se num hino ao padroeiro dos músicos, São João Batista:

Ut queant laxit 
Ressonare fibris 
Mira gestorum 
Famuli tuorum 
Solvi polluti 
Labii reatum 
Sancte Ioannes

Com o passar do tempo o Ut foi substituído pelo Do.

O tipo de música mais antigo que conhecemos consiste numa única linha melódica cantada, sem qualquer acompanhamento. Este estilo é o chamado Cantochão ou Canto Gregoriano. Com o passar do tempo acrescentou-se outras vozes ao cantochão, criando-se as primeiras composições em estilo coral.

Além do Cantochão, cantado nas igrejas, produziam-se na Idade Média muitas danças e canções. Durante os séculos XII e XIII houve intensa produção de obras em forma de canção, composta pelos Trovadores, poetas e músicos do sul da França.

As danças eram muito populares em festas e feiras e podiam ser tocadas por dois instrumentos, como um grupo mais numeroso. Os instrumentos que acompanhavam estas danças incluíam: a viela (antepassado da família do violino), o alaúde, flautas doces de vários tamanhos, gaitas de foles, o trompete recto medieval, instrumentos de percussão (triângulos, sinos, tambores, etc.).

Principais Compositores Medievais:
Perotin séc. XII 
Leonin séc. XII 
Guido d’Arezzo 995 - 1050 
Philippe de Vitry 1290 - 1361 
Guillaume de Machaut 1300 - 1377 
John Dunstable 1385 – 1453

MÚSICA RENASCENTISTA

O período da Renascença se caracterizou, na História da Europa Ocidental, sobretudo pelo enorme interesse ao saber e à cultura, particularmente a muitas ideias dos antigos gregos e romanos.

Foi também uma época de grandes descobertas e explorações, em que Vasco da Gama, Colombo, Cabral e outros exploradores estavam nas suas viagens, enquanto notáveis avanços se processavam na Ciência e Astronomia.

Os compositores passaram a ter um interesse muito mais vivo pela música profana (música não religiosa), inclusive em escrever peças para instrumentos, já não usados somente para acompanhar vozes. No entanto, os maiores tesouros musicais renascentistas foram compostos para a igreja, num estilo descrito como polifonia coral ou policoria e cantados sem acompanhamento de instrumentos.

A música renascentista é de estilo polifónico, ou seja, possui várias melodias tocadas ou cantadas ao mesmo tempo.

MÚSICA VOCAL

Na Basílica de São Marcos, em Veneza, havia dois grandes órgãos e duas galerias para coro, situadas em ambos os lados do edifício. Isso deu aos compositores a ideia de compor peças para mais de um coro, chamadas policorias. Assim, uma voz vinda da esquerda é respondida pelo coro da direita e vice-versa. Algumas das peças mais impressionantes são as de Giovani Gabrielli (1555 - 1612), que escreveu corais para dois, três ou até mais grupos.

Os Motetos eram peças escritas para no mínimo quatro vozes, cantados geralmente nas igrejas. Os Madrigais eram canções populares escritas para várias vozes e que caracterizam-se por não ter refrão. De grande sucesso nas Inglaterra do século XVI, passaram a ser cantados nos lares de todas as famílias apaixonadas por música.

MÚSICA INSTRUMENTAL

Até o começo do século XVI, os compositores usavam os instrumentos apenas para acompanhar o canto. Contudo, durante o século XVI, os compositores passaram a ter cada vez mais interesse em escrever música somente para instrumentos.

Em muitos lares, além de flautas, alaúdes e violas, havia também um instrumento de teclado, que podia ser um pequeno órgão, virginal ou clavicórdio. A maioria dos compositores ingleses escreveu peças para o virginal. No Renascimento surgiram os primeiros álbuns de música, só para instrumentos de teclados.

Muitos instrumentos, como as charamelas, as flautas e alguns tipos de cornetos medievais e cromornos continuavam populares. Outros, como o alaúde, passaram por aperfeiçoamentos.

Alguns Compositores Renascentistas:
Josquin des Préz 1440 - 1521 
Palestrina 1525 - 1594 
G. Gabrieli 1555 - 1612 
Monteverdi 1567 – 1643

MÚSICA BARROCA

A palavra Barroco é provavelmente de origem portuguesa, significando pérola ou jóia no formato irregular. De início era usada para designar o estilo de arquitectura e da arte do século XVII, caracterizado pelo excesso de ornamentos. Mais tarde, o termo passou a ser empregado pelos músicos para indicar o período da história da música que vai do aparecimento da ópera e do oratório até a morte de J. S. Bach.

A música barroca é geralmente exuberante: ritmos enérgicos, melodias com muitos ornamentos, contrastes de timbres instrumentais e sonoridades fortes com suaves.

MÚSICA VOCAL 

Orfeu, do compositor Monteverdi (1567-1643) escrita no ano de 1607 é a primeira grande ópera. Ópera é uma peça teatral em que os papéis são cantados ao invés de falados. A ópera de Monteverdi possuía uma orquestra formada de 40 instrumentos variados, inclusive com violinos, que começavam a tomar lugar das violas.

Alessandro Scarlatti (1660-1725) foi o mais popular compositor italiano de óperas. Na França os principais compositores de óperas foram Lully (1632-1687) e Rameau (1683-1764).

Nascido na mesma época da ópera, o Oratório é outra importante forma de música vocal barroca. O oratório é um tipo de ópera com histórias tiradas da Bíblia. Com o passar do tempo os oratórios deixaram de ser representados e passaram a ser apenas cantados. Os mais famosos oratórios são os do compositor alemão Haendel (1685-1759), do início do século XVIII: Israel no Egipto, Sansão e o famoso Messias.

As Cantatas são oratórias em miniaturas e eram apresentados nas missas.

MÚSICA INSTRUMENTAL 

Durante o período barroco, a música instrumental passou a ter importância igual à da música vocal. A orquestra passou a tomar forma. No início a palavra ‘orquestra’ era usada para designar um conjunto formado ao acaso, com os instrumentos disponíveis no momento. Mas no século XVII, o aperfeiçoamento dos instrumentos de cordas, principalmente os violinos, fez com que a seção de cordas se tornasse uma unidade independente. Os violinos passaram a ser o centro da orquestra, ao qual os compositores acrescentavam outros instrumentos: flautas, fagotes, trompas, trompetes e tímpanos.

Um traço constante nas orquestras barrocas, porém, era a presença do cravo ou órgão como contínuo, fazendo o baixo e preenchendo a harmonia. Novas formas de composição foram criadas, como a fuga, a sonata, a suíte e o concerto.

Principais Compositores Barrocos:
A. Corelli 1653 - 1713 
A. Scarlatti 1660 - 1755 
A. Vivaldi 1678 - 1741 
D. Scarlatti 1685 - 1757 
J. S. Bach 1685 - 1750 
G. F. Haendel 1685 – 1759

MÚSICA CLÁSSICA
             

 O termo ‘Clássico’, em música, é empregado em dois sentidos diferentes. Hoje em dia usa-se muito e incorrectamente o termo “musica clássica” aos dois termos “clássico” e “popular”.

Para o musicólogo (especialista em musica), a ‘Música Clássica’ tem sentido especial e preciso. É a música composta entre 1750 e 1810, que inclui a música de Haydn e Mozart, bem como as composições iniciais de Beethoven.

A serviço da alta nobreza, o músico não passava de um criado que, depois de fornecer música de fundo para jantares e conversas, ia jantar na cozinha com os demais empregados da casa. Para agradar seus patrões, precisava seguir as tradições musicais. Em sua obra respeitava e reflectia as emoções da corte. A imaginação criadora não seria bem-vinda se representasse a quebra das estruturas tradicionais. Haydn aceitou esse trato e cumpriu suas obrigações. Mozart não aceitou estes limites e pagou um preço alto pela obstinação em se manter fiel à seus princípios. As cortes o relegaram ao esquecimento e o deixaram morrer como um mendigo. Beethoven foi o primeiro a decidir que não devia obrigações a ninguém e exigiu ser respeitado como artista. Nascia, com Beethoven, o pensamento romântico.

MÚSICA INSTRUMENTAL

A Música Clássica mostra-se refinada e elegante e tende a ser mais leve, menos complicada que a barroca. Os compositores procuram realçar a beleza e a graça das melodias. A Orquestra está em desenvolvimento. Os compositores deixaram de usar o cravo e acrescentaram mais instrumentos de sopro.

Durante o Período Clássico, a música instrumental passou a ter maior importância que a vocal. Nesta época criou-se a Sonata. É uma obra com vários movimentos para um ou mais instrumentos.

A Sinfonia é, na realidade, uma sonata para orquestra. Seu número de movimentos passam a ser quatro: rápido - lento - Minueto - muito rápido. Haydn, Mozart e Beethoven foram os maiores compositores de sinfonias do Classicismo.

O Concerto consiste em uma composição para um instrumento solista contra a massa orquestral. Tem três movimentos: rápido - lento - rápido.

Muitas obras foram escritas para o pianoforte, em geral chamado piano para abreviar. Bartolomeu Cristofori, construtor de cravos italiano, por volta de 1700 já havia concluído a fabricação de pelo menos um destes instrumentos. Enquanto as cordas do cravo são tangidas por bicos de penas, o piano tem suas cordas percutidas por martelos, cuja dinâmica pode ser variada de acordo com a pressão dos dedos do executante. Isso daria ao piano grande poder de expressão e abriria uma série de possibilidades novas.

No começo o piano custou para se tornar popular porque os primeiros modelos eram muito precários. Mas, no final do século XVIII o cravo já havia caído em desuso, substituído pelo piano.

Principais Compositores Clássicos:
P. E. Bach 1714 - 1788 
Gluck 1714 - 1787 
J. Haydn 1732 - 1809 
W. A. Mozart 1756 - 1791 
L. van Beethoven 1770 – 1827

MÚSICA ROMÂNTICA


Os compositores clássicos tinham por objectivo atingir o equilíbrio entre a estrutura formal e a expressividade. Os românticos vieram desequilibrar tudo. Eles buscavam maior liberdade de forma, a expressão mais intensa e vigorosa das emoções, frequentemente revelando seus pensamentos mais profundos, inclusive as suas dores. Muitos compositores românticos eram ávidos leitores e tinham grande interesse pelas outras artes, relacionando-se estreitamente com escritores e pintores. Não era raro uma composição romântica tinha como fonte de inspiração um quadro visto ou um livro lido pelo compositor.

Dentro das muitas ideias que exerceram enorme fascínio sobre os compositores românticos temos: terras exóticas e o passado distante, os sonhos, a noite e o luar, os rios, os lagos e as florestas, as tristezas do amor, lendas e contos de fadas, mistério, a magia e o sobrenatural. As melodias tornam-se apaixonadas, semelhantes à canção. As harmonias tornam-se mais ricas, com maior emprego de dissonâncias.

Durante o Romantismo houve um rico florescimento da canção, principalmente do Lied (‘canção’ em alemão) para piano e canto. O primeiro grande compositor de Lieder (plural de Lied) foi Schubert.

As óperas mais famosas hoje em dia são as românticas. Os grandes compositores de óperas do Romantismo foram os italianos Verdi e Rossini e na Alemanha, Wagner. No Brasil, destaca-se António Carlos Gomes com suas óperas O Guarani, Fosca, O Escravo, etc.

A orquestra cresceu não só em tamanho, mas como em abrangência. A seção dos metais ganhou maior importância. Na seção das madeiras adicionou-se o flautim, o clarone, o corne inglês e o contrafagote. Os instrumentos de percussão ficaram mais variados.

O Concerto romântico usava grandes orquestras; e os compositores, agora sob o desafio da habilidade técnica dos virtuoses, tornavam a parte do solo cada vez mais difíceis.

Até a metade do século XIX, toda a música fora dominada pelas influências alemãs. Foi quando compositores de outros países, principalmente os russos, passaram a ter a necessidade de criar a sua música. Inspiravam-se nas músicas folclóricas e lendas de seus países. É o chamado Nacionalismo Musical.

No século XIX o piano passou por diversos melhoramentos. Quase todos os compositores românticos escreveram para o piano, mas os mais importantes foram: Schubert, Mendelssohn, Chopin, Schumann, Liszt e Brahms. Embora em meio às obras destes compositores se encontrem sonatas, a preferência era para peças curtas e de forma mais livre.

Havia uma grande variedade, entre elas as danças como as valsas, as polonaises e as mazurcas, peças breves como o romance, a canção sem palavras, o prelúdio, o nocturno, a balada e o improviso.

Outro tipo de composição foi o Étude (Estudo), cujo objectivo era o aprimoramento técnico do instrumentista. Com efeito, durante esta época houve um grande avanço nesse sentido, favorecendo a figura do Virtuose: músico de concerto, dotado de uma extraordinária técnica. Virtuoses como o violinista Paganini e o pianista Liszt eram admirados por plateias assombradas.

Principais Compositores Românticos:
F. Schubert 1797 - 1828 
F. Mendelssohn 1809 - 1847 
F. Chopin 1810 - 1849 
R. Schumann 1810 - 1856 
F.Liszt 1811 - 1886 
R. Wagner 1813 - 1883 
J. Brahms 1838 - 1897 
Tchaikovsky 1840 - 1893

MÚSICA DO SÉCULO XX


A história da música no século XX constitui uma série de tentativas e experiências que levaram a uma série de novas tendências, técnicas e, em certos casos, também a criação de novos sons, tudo contribuindo para que seja um dos períodos mais empolgantes da história da música.

Enquanto a música nos períodos anteriores podia ser identificada por um único e mesmo estilo, comum a todos os compositores da época, no século XX ela mostra-se como uma mistura complexa de muitas tendências. A maioria das tendências compartilha uma coisa em comum: uma reacção contra o estilo romântico do século XIX. Tal fato fez com que certos críticos descrevessem a música do século XX com "anti-romântica". Dentro das tendências e técnicas de composição mais importantes da música do século XX encontram-se:

Impressionismo Nacionalismo do Séc. XX Expressionismo 
Música Concreta Serialismo Música Electrónica 
Influências do Jazz Neoclassicismo Música Aleatória 
Atonalidade etc.

No entanto, se investigarmos melhor estas composições, encontraremos uma série de características ou marcas de estilo que permitem definir uma peça como sendo do século XX. Por exemplo:

Melodias: São curtas e fragmentadas, angulosas, em lugar das longas sonoridades românticas. Em algumas peças, a melodia pode ser inexistente.

Ritmos: Vigorosos e dinâmicos, com amplo emprego dos sincopados; métricas inusitadas, como compassos de cinco e sete tempos; mudança de métrica de um compasso para outro, uso de vários ritmos diferentes ao mesmo tempo.

Timbres: A maior preocupação com os timbres leva a inclusão de sons estranhos, intrigantes e exóticos; fortes contrastes, às vezes até explosivos, uso mais enfático da seção de percussão, sons desconhecidos tirados de instrumentos conhecidos, sons inteiramente novos, provenientes de aparelhagens electrónicas e fitas magnéticas.

Alguns Compositores do Século XX:
C. Debussy 1862 - 1918 
Schoenberg 1874 - 1951 
M. Ravel 1875 - 1937 
B. Bartók 1881 - 1945 
A. Berg 1885 - 1945 
H. Villa- Lobos 1887 - 1959

Hoje em dia a música é totalmente versificada do que conhecemos anteriormente. Há imensos estilos e géneros de música que fazem nós podermos escolher de maneira livre aquilo que queremos ouvir. Seja Rock, Pop, Clássico, Punk, Rap, Fado, Electrónica etc. A musica tem um papel fundamental nas pessoas. Nela podemos encontrar paz, represálias, ódio, felicidade, amor. Cada música é capaz de transmitir um sentimento distinto. Sem dúvida que a musica é a arte mais importante que existe, pois é a maior e melhor “arma” de comunicação que conhecemos.